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Por: Roberto Santos 10/01/2012 – O Fluminense

“Podemos, portanto, especular que estamos imersos num contexto comparativamente novo de existência. Uma nova humanidade está por ser construída e ela representará, consequentemente, uma nova sociedade e uma concepção inédita de cidade”. (pág. 94)

A Cidade Sou Eu. Rosane Araujo. NovaMente Editora. 246 páginas. R$58,00.

Nos dias correntes, com as cidades estranguladas por engarrafamentos gigantescos, com as pessoas sendo torturadas pelo imenso tempo gasto no ir e vir cotidiano, novas estratégias geográficas e viárias tornam-se necessárias.

Será que adianta estruturar novas formas de deslocação urbana com um mundo tecnológico que promete intensas mutações nos campos de trabalho? Será que tudo isso valerá apenas para a cidade, isolada do cidadão? O que há de elo e de afastamento entre o Eu e a Cidade?

Preocupada com essas e outras questões, a arquiteta e urbanista Rosane Araujo, com vários cursos no Brasil e no exterior, elaborou tese de doutorado, ora convertida em livro, que foi vencedora do Prêmio Capes da área de Arquitetura e Urbanismo. Nessa pesquisa, a autora afirma enfaticamente que não há distância que possa manter separadamente o Eu e a Cidade.

O volume parte da definição de conceitos de Cidade e do Eu. Além dos capítulos iniciais que definem e redefinem o que é cidade, há importante análise sobre o “urbanismo em estado fluido”. É possível aí perceber que um “novo urbanismo deve colocar em cena a incerteza e ser capaz de reinventar o espaço psicológico”. Com isso, há um deslocamento das questões geométricas, geográficas e infraestruturas para visão mais ampla, a um só tempo geral e particular, sobre um novo caminho para cidades e cidadãos.

Diante dessa proposição, o urbanismo do século XXI vai ser transformado em orbanismo (Urbe = cidade; Orbe = globo, mundo, universo) — as fronteiras ou limites não mais serão pontos referenciais, pois a cidade será não só o mundo, mas todo o universo. Quais as implicações disso para o Eu? A autora analisa esse Eu com argumentos à luz das ideias de Descartes, Kant, Freud, Deleuze e Guatari, entre outros.

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Novo livro de contos de Marcelo Moutinho: A Palavra Ausente, com a marca da Editora Record.

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